domingo, 25 de setembro de 2016

IV Jornada de Educação e Espiritualidade de São Carlos

A IV Jornada de Educação e Espiritualidade de São Carlos aconteceu neste sábado, dia 24 de setembro, no auditório do departamento de enfermagem, na UFSCar. O evento é organizado pelo Programa Homospiritualis, mantido pela ONG Círculo de São Francisco, desde 2010, nos anos pares. Em sua quarta edição, o evento teve como parceiros o projeto MAPEPS e o Grupo de Estudos em bem-estar, ambos da UFSCar, e a aprovação do Conselho de Extensão da mesma instituição.
Nessa jornada, a programação teve quatro palestras e a apresentação de nove pôsteres, apresentando diferentes trabalhos relacionando educação e espiritualidade. A atividade cultural de encerramento foi com o monólogo Madre Teresa de Calcutá, com o grupo de teatro Carcarah, da cidade de Santos.






domingo, 11 de setembro de 2016

I Congresso internacional Epistemologias do Sul

Em novembro acontecerá o I Congresso Internacional Epistemologias do Sul na Universidade Federal da Integração Latino-americana. Segue o link para mais informações sobre o evento: https://congressoepistemologiasdosul.wordpress.com/ 
Enviamos para análise o seguinte trabalho, abordando nossa concepção teórica sobre o Homo spiritualis.

O despertar do Homo spiritualis no mundo contemporâneo: o terceiro excluído na dicotomia Homo religiosus X Homo profanus
Adilson Marques - professor visitante e pós-doutorando na UFSCar, na linha de pesquisa práticas sociais e processos educativos


resumo:
Partindo do pressuposto que no mundo contemporâneo há um recrudescimento do sagrado, revalorizando o Homo religiosus estudado por Mircea ELIADE, sem que, necessariamente, o Homo profanus perca espaço na sociedade, levantamos a hipótese de que há um terceiro modo de ser no mundo, que não nega o valor da busca espiritual e nem da cientificidade, de forma que começa a se consolidar um terceiro excluído na dicotomia clássica proposta por ELIADE. Chamaremos este modo de ser no mundo de Homo spiritualis. Este não se trata de uma síntese entre os dois anteriores, mas é capaz de religar os dois polos aqui demarcados através de um imaginário que podemos chamar de dramático, utilizando a nomenclatura proposta por Gilbert DURAND.
De forma geral, podemos afirmar que os três modos de ser sempre existiram na história, porém, em cada período com o predomínio de um sobre os demais. Assim, como fez ELIADE, é possível fazer uma correlação entre as sociedades não-modernas e o Homo religiosus e encontrar na modernidade o crescimento e o predomínio do Homo profanus.  E não defendendo a tese de que o Homo spiritualis seja um modo de ser original, pois podemos encontrar vestígios dele em vários momentos históricos, pode se afirmar que ele começa a ganhar visibilidade na "pós-modernidade" ou "trans-modernidade", caracterizando-se por uma busca espiritual muitas vezes despida de religiosidade, mas com forte presença de um ideal laico, ou seja, de respeito a todas as formas de religiosidade, e vendo na ciência uma aliada.
Não encontramos, porém, relação entre o despertar do Homo spiritualis e o movimento capitalístico Nova Era, voltado muito mais para o estabelecimento de um comércio espiritual que foi bem identificado por ZAJDSZNAYDER como sendo um movimento não-espiritualista e até mesmo anti-espiritualista. Ele está fortemente arraigado no chamado "misticismo quântico", talvez o ápice do movimento Nova Era e que  revaloriza o pensamento solipsista, afirmando que a matéria não passa de uma projeção mental e que, através da mente é possível adquirir prosperidade e até mesmo mudar de sexo, como afirma um suposto ser incorpóreo identificado como Saint Germain em um de seus livros "canalizados" no qual transmite a informação de que seria possível pelo poder da mente "dormir no corpo de um homem negro africano e acordar no corpo de uma mulher loira e alemã". 
No campo da educação popular, encontramos no trabalho realizado pela ONG Círculo de São Francisco, na cidade de São Carlos/SP, uma tentativa de valorizar e auxiliar no despertar do Homo spiritualis através de diferentes projetos de anima-ação cultural, valorizando a busca espiritual e a ciência, além de respeitar todas as formas de religiosidade, como deve acontecer em um estado laico, no qual o fanatismo e a intolerância cedem lugar para uma cultura de paz.

palavras-chaves:
Homo spiritualis, imaginário, cultura de paz, Mircea Eliade, ONG Círculo de São Francisco.